A Dra. Beatriz recomendou um excelente médico no AC Camargo, um hospital referência no tratamento do câncer. Paralelamente ao tratamento para o lupus, iniciei a quimioterapia oral, mas meu corpo rejeitou o medicamento, causando lesões na pele. O Dr. Celso, então, alterou o protocolo e passou a administrar a quimioterapia por via intravenosa, mas os efeitos colaterais persistiram. Por fim, adotamos o protocolo de administrar a quimioterapia por meio de um cateter.
No início desse procedimento, enfrentei a rejeição novamente devido ao lupus. Lembro-me como se fosse hoje de ter dito ao Dr. Celso: “Vai dar certo, Dr. Deus vai me honrar!”. Eu tinha plena confiança de que Deus responderia às minhas orações. Ao orar, Ele me deu uma palavra que levo comigo para sempre: Salmos 118.17, que diz: “Não morrerei, mas viverei e contarei as obras do Senhor”. Com essa palavra, compartilhei com meu esposo que, mesmo sem entender o porquê de passarmos por tudo aquilo, Deus nos daria a vitória, pois Ele sempre cuidou de mim.
O tratamento por meio do cateter durava cerca de cinco horas de quimioterapia, seguidas de mais dois dias tomando medicamentos em casa. Mesmo diante de tantas dificuldades, eu não parei nem desisti. Continuei a obra de Deus, a faculdade e o trabalho. Minha mãe pedia para eu ficar em casa e descansar, mas, como sempre, eu era teimosa e determinada, afirmando: “Deus vai me honrar, eu vou vencer!”.
Para minha surpresa, o tratamento programado para durar doze meses foi concluído no décimo mês. Foi uma vitória indescritível! Com a boa notícia, pedi ao médico que retirasse o cateter, mas ele informou que isso só poderia ser feito em janeiro de 2014. Mesmo assim, senti-me vitoriosa e feliz!
No entanto, uma semana depois, o cateter infectou, causando trombose na veia jugular. Fiquei impedida de movimentar o braço e precisei retornar ao hospital, onde fiquei internada por dez dias, recebendo tratamento com antibióticos para combater a infecção.
Sabe o que mais me entristeceu nesse momento? Era a primeira vez que eu não poderia tomar a Santa Ceia na igreja. Mas a Pastora Juliana, a líder regional da Igreja de Santo André, levou a Santa Ceia até o hospital, acompanhada por seu esposo e pelo Pastor Valério Bento e sua esposa. Essa atitude ficou marcada em meu coração, sou imensamente grata a eles, e claro, grata a Deus!
Durante os dez dias de internação, visitei outros quartos, compartilhei revistas da Igreja da Graça para mostrar os milagres que Deus realiza e contei meu testemunho. Além disso, orei pelas pessoas. Essa experiência me trouxe ainda mais força!
Sempre fui muito vaidosa, então pedia às minhas sobrinhas que, quando me visitassem, trouxessem batom e esmalte. Brincava dizendo que precisava manter meu brilho, a “cara da Riqueza”, ou seja, ter o brilho de Jesus. Sou imensamente grata a Deus por Seu imenso amor por mim.
Ninguém acreditava como eu conseguia passar por tudo aquilo e sempre sorrindo. Para ser sincera, nem eu mesma sabia como, mas a força de Deus estava em mim e o sentimento de gratidão por Ele era o mínimo que eu poderia expressar.
Enfrentei a prova glorificando a Deus. Após a retirada do cateter, voltei para casa junto da minha família, aqueles que amo mais do que tudo.